| dc.description.abstract | Introdução: Com o advento das próteses auditivas implantáveis como os implantes cocleares, aumentou a importância do conhecimento sobre a técnica de mastoidectomia para evitar danos à fisiologia local. Estudos afirmam que a cavidade mastoidea pode atuar como um reservatório de ar que ajuda na condução do som como uma caixa de ressonância, constituindo um sistema de câmara de gás com flutuação de pressões que influencia na orelha média. A qualidade estética da ferida operatória é uma das queixas dos pacientes em pós operatório, e pode ocasionar retração fibrocicatricial local podendo progredir essa fibrose para dentro da cavidade cirúrgica, com interferência na aeração dela e absorbância da pressão sonora da orelha média. Essas características são importantes uma vez que alterações na fisiologia da mastóide e da orelha média podem ocasionar maiores chances de infecções locais, o que significa um risco maior de meningite, infecção da prótese e explante ao paciente com implante coclear. Objetivos: Avaliar o resultado estético na ferida operatória de mastoidectomia para cirurgia de implante coclear com a utilização de um novo retalho cirúrgico para abertura e fechamento da cavidade mastoidea, a sua influência no volume da cavidade mastoídea e sobre os efeitos na fisiologia da absorbância do som na orelha média, correlacionando o impacto do tempo sobre esses resultados e as chances de complicações advindas da técnica empregada. Materiais e Métodos: Foram estudados 126 pacientes aleatorizados em dois grupos: o grupo Caso ( C ), composto por 63 pacientes submetidos à mastoidectomia simples para a cirurgia de implante coclear utilizando a técnica nova proposta e o grupo Controle ( Cc ), com 63 pacientes utilizando a técnica tradicional de abertura e fechamento da mastóide. Todos os pacientes foram avaliados, após mais de um ano de cirurgia, quanto ao parâmetro estético da ferida operatória por meio da aplicação de um questionário (POSAS). Os pacientes avaliaram suas feridas, assim como outros cirurgiões, sem conhecer a técnica cirúrgica empregada, cegando os resultados. Destes dois grupos, foram selecionados 16 pacientes para compor cada grupo que realizou o exame tomográfico o grau de aeração da mastóide e o exame de timpanometria de banda larga para avaliar a variação da absorbância e pressão na orelha média. Além disso, estudamos se há influência do sexo e do tempo após a cirurgia sobre os resultados obtidos. Resultados: A avaliação estética da cicatriz linear com o questionário POSAS no grupo caso (C) apresentou: menores escores de dor local e coceira, com cor e espessura da pele mais semelhante à da pele ao redor, apresentando menos irregularidade e rigidez. Portanto, obteve uma avaliação geral melhor pelo paciente, quando comparada aos resultados obtidos com a técnica tradicional no grupo Controle (Cc). O mesmo foi obtido na avaliação geral pelo examinador. Não foi observada interferência do sexo ou do tempo de pós-operatório nos resultados do grupo C. O tempo após a cirurgia influenciou negativamente com piores resultados estéticos no grupo Cc. A mediana do volume tomográfico obtida foi de 6,37 cc no grupo caso e 4,60 cc no grupo controle, após mais de um ano da cirurgia. Já o exame de timpanometria de banda larga apresentou valor menor de absorbância no grupo controle ( Cc ). A técnica proposta não apresentou complicações intraoperatórias ou pós-operatórias imediatas e tardias durante o tempo de acompanhamento. Conclusão: A técnica proposta de confecção do retalho osteoplastico pediculado anteriormente mostrou-se portanto como uma alternativa eficaz e segura para amenizar problemas comuns da cirurgia de mastoidectomia para o implante coclear, que além da sua importância estética, podem influenciar positivamente com menor interferência na aeração e fisiologia da mastóide e orelha média, podendo ser expandida a técnica para outras cirurgias de mastoidectomia. | en |
