Ação do agulhamento a seco na magnitude do zumbido crônico em portadores de pontos gatilhos miofasciais
Tipo de acesso
Acesso aberto
Data
2021-10-21Autor
Aguiar, Juliana Anauate Alves de
Orientador
Ramalho, Jeanne da Rosa Oiticica
Tipo
Tese de Doutorado
Instituição
Universidade de São Paulo
Faculdade
Faculdade de Medicina
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Introdução: O zumbido pode ser definido como percepção de som na cabeça ou na orelha que não encontra correspondência com fonte sonora externa. É um sintoma comum decorrente de várias etiologias, entre elas as disfunções do sistema musculoesquelético. A suspeita de zumbido somatossensorial ocorre quando: (a) o paciente é capaz de mudar as características psicoacústicas (intensidade, frequência, localização) do zumbido através de movimentos voluntários e/ou de contrações forçadas da cabeça, do pescoço, da mandíbula ou dos olhos; (b) zumbido e dor no pescoço ou na mandíbula aparecem ou se agravam simultaneamente; (c) zumbido precedido por trauma cervical ou craniano, por manipulação dentária, da mandíbula ou da coluna cervical, por crises recorrentes de dor na cabeça, no pescoço ou nos ombros; (d) há flutuação das características do zumbido durante o dia; (e) zumbido unilateral que não possui correspondência com audiometria; (f) zumbido acompanhado de disfunções temporomandibulares ou bruxismo. O tratamento do zumbido somatossensorial pode ser realizado por diversas formas, inclusive por meio do tratamento dos pontos-gatilhos miofasciais (PGM). O agulhamento a seco (AS) é uma das estratégias terapêuticas para desativação desses pontos. Objetivo: Avaliar a ação do AS na magnitude do zumbido crônico em portadores de PGM. Métodos: O AS foi realizado através da inserção de uma agulha longa e fina nos PGM, após avaliação física e determinação dos músculos a serem tratados. Todos os pacientes foram submetidos a 4 sessões semanais de AS placebo, seguidas de um intervalo de 15 dias (washout) e mais 4 sessões semanais de AS terapêutico. As variáveis de mensuração usadas para medir a magnitude do zumbido foram as medidas psicoacústicas do zumbido. Para avaliar o grau de incômodo do zumbido, utilizou-se a Escala Visual Analógica (EVA) e o questionário Tinnitus Handicap Inventory (THI). Para avaliar a dor muscular, utilizou-se a EVA e o questionário Neck Disability Index - Brasil (NDI-BR). Resultados: Quando comparamos o AS placebo e o terapêutico, não houve diferença na magnitude do zumbido nem no grau de incômodo causado. Pacientes com zumbido unilateral obtiveram melhora do incômodo deste, mensurado pelo THI, com AS terapêutico. Pacientes com maior perda auditiva obtiveram menor variação no EVA dor após AS terapêutico. Ocorreu melhora progressiva em todas as variáveis, com exceção do EVA dor, desde a primeira intervenção placebo até o último AS terapêutico. Conclusão: A técnica de AS terapêutico para PGM, em pacientes com zumbido crônico de origem somatossensorial, não foi eficaz na redução da magnitude ou do incômodo do zumbido. Mas, em pacientes com zumbido unilateral, o tratamento com AS terapêutico foi eficaz na redução do incômodo do zumbido. Houve melhora progressiva do incômodo causado pelo zumbido com AS placebo e terapêutico, provavelmente pelo efeito placebo do agulhamento em si.
Título Abreviado
Dry needling effectiveness on the magnitude of chronic tinnitus for patients with myofascial trigger points
Palavras-chave
Agulhamento seco Distúrbios somatossensoriais Dor facial Placebos Pontos-gatilho Zumbido Dry needling Facial pain Placebos Somatosensory disorders Tinnitus Trigger points
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- Tese [76]