Estudo histológico do tecido conjuntivo areolar perifascial implantado em pregas vocais de coelhos
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Data
2009Autor
Hachiya, Adriana
Orientador
Tsuji, Domingos Hiroshi
Tipo
Tese de Doutorado
Instituição
Universidade de São Paulo
Faculdade
Faculdade de Medicina
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Apesar do grande avanço da laringologia nas últimas décadas, o tratamento da rigidez da prega vocal continua sendo um desafio. A rigidez da prega vocal pode estar associada a alterações estruturais mínimas como no sulco vocal profundo ou decorrente da fibrose cicatricial como nos casos de cicatriz pós-operatória. Em ambos os casos, há perda dos elementos da matriz extracelular da camada superficial da lâmina própria (Espaço de Reinke) que se encontra substituída por tecido cicatricial. O objetivo do tratamento é recuperar a deficiência volumétrica e restabelecer a microarquitetura histológica da prega vocal. O tecido areolar perifascial constitui uma excelente alternativa por suas propriedades viscoelásticas semelhantes à da camada superficial da lâmina própria, por sua fácil obtenção e baixo custo. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações histológicas que ocorrem no enxerto e na prega vocal enxertada e comparar os resultados encontrados com a prega vocal contralateral, submetida apenas à manipulação cirúrgica. Trinta coelhos foram submetidos ao procedimento cirúrgico que consistiu na confecção de um bolsão na lâmina própria de ambas as pregas vocais. O enxerto foi colocado na prega vocal direita e a prega esquerda utilizada como controle. Os animais foram divididos randomicamente em três grupos diferindo no tempo da análise histológica: 15 dias (Grupo I), três meses (Grupo II) e seis meses (Grupo III). As lâminas foram coradas com hematoxicilina-eosina e pelo Sírius-red, uma coloração específica para fibras colágenas. Observou-se uma mudança gradual do enxerto com aumento progressivo da densidade das fibras colágenas no interior do enxerto e uma mudança progressiva do padrão de birrefringência das mesmas, de um predomínio de fibras colágenas amarelo-esverdeadas para um predomínio de fibras laranja-avermelhadas. A laplicação do teste estatístico Anova one-way mostrou um aumento estatisticamente significativo da densidade de colágeno total no interior do enxerto entre os animais dos Grupos I e II (p=0,004) e um aumento significativo da porcentagem de fibras laranja-avermelhadas entre o Grupo II e III (p=0,011). A densidade do colágeno na região adjacente ao enxerto na prega vocal enxertada foi estatisticamente maior que a densidade de colágeno na incisão cirúrgica na prega vocal controle em todos os grupos de estudo (p 0,001). A aplicação do Teste de Fisher na análise semiquantitativa do processo inflamatório não evidenciou diferença estatisticamente significativa entre a prega vocal enxertada e a prega vocal controle em nenhum dos tempos estudados. Entretanto, quando avaliamos o processo inflamatório temporalmente para cada prega vocal evidenciamos uma diminuição significativa do processo inflamatório entre os animais do grupo de 15 dias e três meses (p=0,032 para o grupo enxertado e p=0,035 para o grupo controle). Nossos achados sugerem que o tecido areolar perifascial apresenta baixa tendência a promover reação inflamatória e permanece na prega vocal do coelho por pelo menos seis meses. Entretanto, há uma importante mudança da composição do colágeno dentro do enxerto e no tecido ao redor deste sugerindo não ser um tecido ideal para substituir a lâmina própria. Outros estudos devem ser realizados para avaliar o seu papel no tratamento da rigidez da prega vocal.
DOI
10.11606/T.5.2009.tde-23032010-110220
Áreas do conhecimento
Bucofaringolaringologia
Palavras-chave
Animal model Autologous Cicatrix Collagen Histology Transplantation Vocal cords Cicatriz Colágeno Cordas vocais Histologia Modelos animais Transplante autólogo
URI
https://digital.bibliotecaorl.org.br/handle/forl/102https://doi.org/10.11606/T.5.2009.tde-23032010-110220
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- Tese [47]